Thursday, January 18, 2007


Alinhamento ™

A área das ciências empresariais é porventura uma das que mais evoluções, revoluções e alterações de paradigma têm conhecido nas últimas décadas.
Foi também durante estes anos que os gestores viram serem-lhes apresentadas novas metodologias, novos conceitos (as famosas Buzzwords), novas exigências informativas e de desempenho, novos desafios.
Sendo certo e adquirido que a gestão, à semelhança de outras áreas de conhecimento, também não se furta a modas, mais efémeras ou resistentes, a ultima destas, que parece ter chegado para assentar arraiais, é o alinhamento.
O trabalhador tem impreterivelmente de estar alinhado com o departamento que integra, este ultimo com a estrutura organizativa, que por sua vez precisa de estar alinhada com as necessidades do mercado de forma a ambicionar um futuro risonho.
O alinhamento, que mais não é do que uma trademark de consultadoria para algo que acontece instintivamente nas empresas desde os primórdios da gestão, é-nos apresentado como a panaceia para todos os males, “ the ultimate goal to achieve “.
Acontece que o alinhamento não é um fim em si mesmo e não pode ser encarado como a ditadura empresarial do sec. XXI.
Os grandes avanços da humanidade nasceram invariavelmente de espíritos abertos, mentes desalinhadas com a sabedoria convencional, foram fruto de uma criatividade que não pode estar confinada a estruturas rígidas, a realidades excessivamente modeladas.
Por vezes há que desviar os olhos do caminho para admirar a paisagem, há que saber ampliar o ângulo de visão para perscrutar a periferia. É para mim fundamental que o ser humano conserve a capacidade inata que tem de se exceder na sua própria existência, e que continue a desafiar o status quo diariamente, na senda da excelência...